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domingo, 25 de julho de 2010

Prince of Persia: Sands of Time - Enfim um filme de games de deixar a boca aberta!


TRAILER DE Prince of Persia: Sands of Time





Games baseados em produções cinematográficas são bastante comuns há mais de duas décadas. Nos últimos 15 anos, porém, tivemos também uma série de produções que fizeram o caminho contrário: filmes inspirados em games. Com uma base de milhões de aficionados espalhados pelo mundo, não é de se estranhar o interesse das produtoras em criar essas produções para oferecer nas telonas algo do interesse desses jogadores que passam por horas na frente da TV ou do monitor com seu título favorito.
Mas até hoje, depois de tantas promessas e esperanças para os jogadores, não teve um filme sequer que conseguiu atender todas as expectativas criadas, alternando desde grandes fracassos e erros grosseiros do roteiro que descaracterizaram totalmente a franquia, a filmes medianos que não conseguiram passar todo clima épico ou da ação que se esperava, tal como nos jogos eletrônicos.
Só para citar alguns exemplos dessas falhas, tivemos Lara Croft: Tomb Raider (talvez o “menos pior” até então) da Paramount PicturesHitman da 20th Century Fox, e Max Payne, outra tragédia, produzido pela Abandon e Collision Entertainment. Todos esses eram grandes promessas nas mãos de estúdios de grande porte e atores de renome, que tinham tudo para serem grandes produções e fazerem jus a tudo o que representavam no mundo dos games, mas acabaram falhando na execução final.
Então tivemos a notícia, em 2006, de que a Walt Disney Pictures dava início a produção de um filme inspirado no clássico dos games Prince of Persia. Sem entrar em pessimismo, era difícil de acreditar que a “maldição” contra os filmes sobre games iria mudar, afinal, tudo caminhava similar ao que aconteceu com as outras produções, e vamos dizer que a Disney é muitas vezes ligada a filmes mais ingênuos ou infantis, embora existam exceções.
Conforme o tempo foi avançando, os detalhes vieram à tona, como o nome Prince of Persia: The Sands of Time (no Brasil, Príncipe da Persia: As Areias do Tempo), que dava a dica que seria inspirado no jogo homônimo lançado em 2003 pela Ubisoft, quando resgatou o clássico game de aventura que saiu nos antigos Apple-II e PC (rodando em DOS) no final da década de 80, originando várias continuações recentes.  Em cada novo anúncio – como Jake Gyllenhaal no papel principal, direção de Mike Newell (de Harry Potter e o Cálice de Fogo e O Amor nos Tempos do Cólera) e Jerry Bruckheimer na produção (grande nome de sucessos como Piratas do CaribeForça GDéjà Vu, e muitos outros)  -, provavelmente os fãs ficavam divididos entre a empolgação e o medo de uma iminente decepção, seguindo o padrão da indústria cinematográfica.
Agora, chegamos ao lançamento de Prince of Persia: The Sands of Time no Brasil – a película está prevista para chegar aos cinemas de todo o Brasil no dia 3 de junho, após recente lançamento mundial -, tivemos a chance de assistir uma cabine para a imprensa da produção daDisney e ficamos positivamente surpreendidos! Enfim, temos um filme à altura do que o game merecia. Uma grande produção que deve empolgar tanto quem é fã do game como quem nunca jogou, pois trata-se de uma belíssima obra visual, com boas atuações, cenários de cair o queixo e cenas de ação eletrizantes, sem deixar a peteca cair em nenhum momento nas cerca de 2 horas de filme.
Devo confessar que minha expectativa sobre o filme não era das maiores, devido às seguidas decepções após tantos anos, e por temer que poderia estar a frente de mais uma tentativa de ganhar dinheiro em cima de um nome forte, mas sem a qualidade correspondente em termos técnicos. Mas Prince of Persia vem para apagar toda essa má impressão: de fato temos um filme bem produzido, com enredo sólido e cheio de atrativos para agradar de crianças a marmanjos.
Há várias cenas realmente espetaculares, contando com grandes efeitos visuais e cenários criados em computação, mas que conseguem manter o realismo. O ator Jake Gyllenhaal (indicado ao Óscar de 2006 como ator coadjuvante pelo filme Brokeback Mountain) encarnou muito bem o papel de Dastan, que interpreta a história de um menino órfão adotado pelo Rei Persa para integrar a família real, ao lado de seus dois filhos legítimos . O herói se mostra muito carismático, misturando a astúcia e inteligência de Indiana Jones com a irreverência de Tony Stark (Iron Man), guardada as devidas proporções, em uma trama cheia de surpresas e reviravoltas.
Ao lado de Dastan, a heroína do filme também não deixa por menos com o papel da princesa Tamina, interpretada pela Gemma Arterton, que no começo do filme parece um papel meio sem brilho, mas que vai ganhando força conforme a história se desenrola. Juntos, o par protagoniza grande parte das cenas do filme, com subidas e descidas que colocam o público sempre na dúvida de quem está com a razão e suas verdadeiras intenções. Mas quem acha que a moçoila tem apenas sua beleza e dotes físicos para acrescentar ao filme, provavelmente vai se surpreender até o final, com uma atuação bem acima da média.
O resto do elenco também merece elogio, como o Sheik Amar (na pele de Alfred Molina, mais conhecido pro Dr. Octopus de Spider-Man 2) que faz um quase vilão bastante cômico que consegue roubar a cena em vários momentos, assim como os irmãos do príncipe – Tus (Richard Coyle) e  Garsiv (Toby Kebbell) – que desempenham bem seus papeis secundários, e para finalizar o misterioso Nizam, irmão do rei Persa e tio de Dastan, interpretado por Ben Kingsley que ganha um enorme peso na metade final do filme.
As cenas de ação de Prince of Persia são memoráveis, mesclando a grandiosidade dos confrontos épicos de Senhor dos Anéis com os sincronismos e detalhismo de Piratas do Caribe. Não que o filme seja ação do começo ao fim, mas as cenas preenchem muito bem o filme, sem deixar a monotonia aparecer em momento algum, fazendo as duas horas da produção passarem sem perceber.
Podemos classificar o filme como uma aventura de ação, com toques de humor e romance. Não há exageros de sangue, violência e nem sexo, mas não dá dizer que se trata de um filme infantil, bem longe disso. Embora ele possa ser visto sem problemas por crianças e adolescentes, o filme traz algumas questões mais elaboradas, como a influência do destino e até onde controlamos nossas vidas ou apenas vivemos as obras do acaso.
Não estou colocando o filme como uma obra revolucionária ou algo super original – à La Quentin Tarantino -, mas em nenhum momento esta parece ser a intenção do filme. Existem, evidentemente, vários clichês e cenas batidas, mas como um filme feito para entreter e divertir,Príncipe da Persia: As Areias do Tempo chega com todos os quesitos para ser considerado um blockbuster de respeito, e ainda leva a nossa indicação de melhor filme baseado em game já criado pela humanidade.
Tomara que sirva de inspiração e exemplo para as próximas produções do gênero, pois já era hora de evoluirmos do estado “fail default” que as produções cinematográficas inspiradas nos jogos eletrônicos estavam estagnadas. Tanto o diretor, como o produtor e a Disney Picturesmerecem o reconhecimento por essa grande produção, que faz jus a tudo o que Prince of Persia representa no mundo dos games. Vale a pena assistir, e aproveite para levar a família ou amigos, mesmo que não sejam gamers, pois certamente todos vão apreciar essa produção, capaz até mesmo de fazer o não-gamer se interessar pelo game depois de assistir, tamanha a sua qualidade.

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