Muitos já devem ter passado pela decepção de comprar um jogo baseado em um filme de sucesso e se sentirem enganados pela qualidade do produto. Salvos casos isolados, são raros os bons jogos baseados em filmes. O mercado está repleto de “caça-níqueis” que acabam empilhados na seção de descontos de supermercados e lojas de departamento.
Vamos tentar entender este fenômeno nas próximas linhas, mas antes, vamos relembrar como toda essa confusão começou:
Em 1982, a Atari dominava o mercado de videogames e estava em negociações para comprar a licença do filme “E.T: O Extraterrestre”, sucesso absoluto de bilheteria no verão daquele ano, para desenvolver um game baseado no filme. Com atrasos nas negociações, restaram apenas seis semanas para desenvolver o jogo. O resultado foi catastrófico para a empresa.
A Atari acreditava que a força de sua marca em conjunto com o sucesso do filme seria suficiente para alavancar as vendas do jogo, mas a qualidade do produto final não correspondeu à enorme expectativa do público. Milhares de cartuchos encalharam nas lojas e outros milhares nem foram distribuídos e acabaram despejados em um aterro sanitário no Novo México. O duro golpe enfraqueceu as estruturas da Atari e foi um dos principais fatores da crise que resultou na falência da empresa dois anos depois.
O principal fator que levou ao fracasso do título foi a sensação de que o produto havia sido desenvolvido às pressas. Com o passar dos anos, casos similares ocorreram, talvez sem as conseqüências de E.T, mas com jogos que pegam carona em lançamentos de filmes.
Alguns exemplos recentes são os jogos baseados em animações da Pixar, como Bolt, Wall-E e Os Incríveis, títulos que pecam pela falta de originalidade e se apóiam apenas no sucesso das animações. Estes games muitas vezes usam engines prontas que possibilitam um desenvolvimento rápido e com custo menor, fato que talvez explique o motivo pelo qual este tipo de jogo continua a ser desenvolvido. Esta estratégia pode gerar alguma receita para os desenvolvedores no primeiro momento, mas os lucros a médio e longo prazo despencam e o mercado se inunda de títulos medíocres.
Jogadores mais experientes encaram os games baseados em filmes com certa desconfiança, mas algumas boas surpresas surgem de tempos em tempos, como foi caso de Golden Eye: 007 para o Nintendo 64. Lançado em 1997, dois anos após o lançamento do filme de mesmo nome, o game é considerado um dos melhores de todos os tempos, principalmente por seu inovador modo multijogador, excelente inteligência artificial e física.
Golden Eye : 007
O jogo não foi desenvolvido como parte integral da campanha de divulgação do filme, tanto que foi lançado dois anos após a estréia do longa-metragem. O resultado excelente gerou uma nova tendência no mercado que busca revisitar filmes lançados há tempos. O game “O Poderoso Chefão” da EA foi uma das primeiras experiências desta estratégia, teve um bom resultado, mas nem chegou à sombra de Golden Eye.
A conclusão é que, se lançados visando à experiência do jogador, os games baseados em filmes têm chances maiores de sucesso do que aqueles produtos que se tornam peças de merchandising ou tentam apenas seguirem uma nova tendência de mercado.
O tempo já provou com inúmeros exemplos que as produtoras que subestimam a inteligência do consumidor com jogos apressados e mal acabados estão fadadas ao fracasso.
Vamos tentar entender este fenômeno nas próximas linhas, mas antes, vamos relembrar como toda essa confusão começou:
Em 1982, a Atari dominava o mercado de videogames e estava em negociações para comprar a licença do filme “E.T: O Extraterrestre”, sucesso absoluto de bilheteria no verão daquele ano, para desenvolver um game baseado no filme. Com atrasos nas negociações, restaram apenas seis semanas para desenvolver o jogo. O resultado foi catastrófico para a empresa.
A Atari acreditava que a força de sua marca em conjunto com o sucesso do filme seria suficiente para alavancar as vendas do jogo, mas a qualidade do produto final não correspondeu à enorme expectativa do público. Milhares de cartuchos encalharam nas lojas e outros milhares nem foram distribuídos e acabaram despejados em um aterro sanitário no Novo México. O duro golpe enfraqueceu as estruturas da Atari e foi um dos principais fatores da crise que resultou na falência da empresa dois anos depois.
O principal fator que levou ao fracasso do título foi a sensação de que o produto havia sido desenvolvido às pressas. Com o passar dos anos, casos similares ocorreram, talvez sem as conseqüências de E.T, mas com jogos que pegam carona em lançamentos de filmes.
Alguns exemplos recentes são os jogos baseados em animações da Pixar, como Bolt, Wall-E e Os Incríveis, títulos que pecam pela falta de originalidade e se apóiam apenas no sucesso das animações. Estes games muitas vezes usam engines prontas que possibilitam um desenvolvimento rápido e com custo menor, fato que talvez explique o motivo pelo qual este tipo de jogo continua a ser desenvolvido. Esta estratégia pode gerar alguma receita para os desenvolvedores no primeiro momento, mas os lucros a médio e longo prazo despencam e o mercado se inunda de títulos medíocres.
Jogadores mais experientes encaram os games baseados em filmes com certa desconfiança, mas algumas boas surpresas surgem de tempos em tempos, como foi caso de Golden Eye: 007 para o Nintendo 64. Lançado em 1997, dois anos após o lançamento do filme de mesmo nome, o game é considerado um dos melhores de todos os tempos, principalmente por seu inovador modo multijogador, excelente inteligência artificial e física.
Golden Eye : 007
O jogo não foi desenvolvido como parte integral da campanha de divulgação do filme, tanto que foi lançado dois anos após a estréia do longa-metragem. O resultado excelente gerou uma nova tendência no mercado que busca revisitar filmes lançados há tempos. O game “O Poderoso Chefão” da EA foi uma das primeiras experiências desta estratégia, teve um bom resultado, mas nem chegou à sombra de Golden Eye.
A conclusão é que, se lançados visando à experiência do jogador, os games baseados em filmes têm chances maiores de sucesso do que aqueles produtos que se tornam peças de merchandising ou tentam apenas seguirem uma nova tendência de mercado.
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